quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

A Inteligência Emocional


A Inteligência Emocional - IE - é habitualmente medida através do Quociente Emocional - QE - e descreve a capacidade individual de compreender, tanto as próprias emoções como as dos outros.


Uma pessoa que possua um nível elevado de QE consegue auto motivar-se, superando as próprias frustrações e ainda gerir positivamente as emoções internas, bem como as que exterioriza e aplica nas relações com os outros.

Poder-se-á dizer que a Inteligência Emocional está intimamente associada às atitudes pessoal e social.

É uma capacidade distinta da Inteligência Racional, medida através do Quociente de Inteligência (QI), a qual define as capacidades intelectuais de um individuo, tais como as capacidades de memória, concentração, compreensão, raciocínio e de imaginação. Como um computador, a Inteligência Racional tem uma aplicação fria e técnica nas questões lógicas do quotidiano.


Será o QE mais relevante do que o QI, ou vice-versa?

A resposta é um enfático não! Ambos se complementam. A ideia, que já se vai tornando comum, de que o QE prevalece em detrimento do QI, deve-se essencialmente à questão da realização pessoal e do sentimento de felicidade, serem mais facilmente observáveis em indivíduos com um elevado nível de QE, do que nos fundamentalmente favorecidos por um alto QI. Contudo, ambas as capacidades são indispensáveis a uma absoluta realização pessoal. Sendo que para potenciar ao máximo a sua capacidade intelectual (QI), será necessário que possua por base um bom desenvolvimento emocional (QE).


As bases da Inteligência Emocional

1.   Auto consciência – conhecer as próprias emoções, qualidades, potencialidades e limitações;

2.   Auto controlo – saber controlar as próprias emoções;

3.   Auto motivação – saber motivar-se a si próprio independentemente das circunstâncias;

4.   Empatia – compreender os sentimentos e preocupações dos outros e adoptar as suas perspectivas;

5.   Relações de Interacção Social – saber estar e relacionar-se num grupo de pessoas.


Trata-se portanto de uma outra forma de ser inteligente, não de um modo intelectual, mas em termos de qualidades humanas, tendo por base uma boa interpretação da linguagem do coração.

Mas desenganem-se se pensam que a Inteligência Emocional implica ser-se “bonzinho” ou anular a razão. Pelo contrário, significa saber adaptar as emoções à razão e também o inverso.

Tal como dizia Aristóteles, qualquer um sabe zangar-se, o que não é fácil é zangar-se pelo motivo certo, com a pessoa certa, na medida justa, no momento certo e do modo correcto. Não é fácil, mas também não é impossível, apenas requer treino e algum empenho.


Sugestões para treinar a Inteligência Emocional



Desenvolver a Auto Consciência Escolha uma determinada situação que ainda esteja bem presente na sua memória. Reviva mentalmente os momentos que para si tenham tido mais impacto, positivo ou negativo, e tente identificar os seus sentimentos dominantes, ou seja, os que determinaram o seu modo de agir. Por exemplo, tente compreender se agiu por insegurança ou indiferença, por amor ou por raiva, por amizade ou por interesse, etc. Identifique e atribua adjectivos às suas emoções e, gradualmente, vá construindo um vocabulário emocional, baseado na interpretação dos seus próprios sentimentos.

À medida que vai praticando este exercício, tente aplicá-lo directamente no seu quotidiano e ainda compreender de que modo os seus pensamentos influenciam os seus sentimentos e estes, as suas atitudes.


Desenvolver o Auto Controlo Implica pensar antes de agir. Comece por identificar as situações em que geralmente se deixa dominar, por exemplo, pelo nervosismo, pela raiva ou pela euforia. Tente compreender a influência destas emoções sobre as suas atitudes e as respectivas consequências. Se o fizer regularmente, quando voltar a reviver situações similares a sua mente já estará avisada.

Contudo, apesar de se tratar de um grande passo, poderá ainda não ser suficiente. Ser-lhe-á benéfico aprender algumas técnicas de relaxamento, de forma a poder aplicá-las regularmente no seu quotidiano e nos momentos críticos. Por exemplo, oxigenar bem o cérebro, inspirando e expirando calmamente até conseguir tranquilizar-se, é bastante eficaz.


Desenvolver a Auto Motivação  Sempre que se sentir desmotivado/a e prestes a abandonar uma actividade, tarefa ou projecto, comece por rejeitar os pensamentos originadores da desmotivação. Depois concentre-se e analise os benefícios pessoais e/ou materiais que obterá uma vez que a sua tarefa ou projecto se encontre terminado ou durante a execução da sua actividade.

Se o saldo for positivo mas ainda assim continuar desmotivado/a, faça por se recordar, revivendo mentalmente todos os momentos e pormenores inerentes à execução da sua actividade, tarefa ou projecto e que lhe costumam proporcionar prazer e satisfação pessoal. Identifique as suas emoções nesses momentos e focalize-as até as conseguir sentir. Repita este exercício, enquanto inspira e expira calmamente.

Caso o saldo seja negativo, tente encontrar outra actividade adequada às suas capacidades e com a qual se identifique mais. Além de ser contraproducente, não vale a pena desperdiçar energia numa actividade, tarefa ou projecto que só lhe provocará o desgaste. O importante para a sua saúde mental e física é que obtenha prazer a fazer o que gosta, sendo que esta é também a única forma de se realizar financeiramente.


Desenvolver a Empatia – Enquanto fala com alguém, comece por encarar a pessoa, olhando-a nos olhos. O estado de espírito é demonstrado através do olhar e das expressões faciais. Mais do que isso, a interacção ocular estimula a área de prazer do Sistema Límbico Cerebral, reforçando a empatia.

Fale menos e ouça mais  Seja um/a bom/a ouvinte enquanto olha nos olhos do seu interlocutor, sem produzir juízos de valor. Tente colocar-se na posição da outra pessoa, pois só assim poderá compreender emocionalmente o que lhe tentam comunicar e deste modo poder ser assertivo/a nas suas respostas e observações.


Desenvolver as Relações de Interacção Social – A base é semelhante a uma relação interpessoal com apenas uma pessoa, na qual se deve aplicar a empatia, mas desta feita, em vez de a dirigir a uma única pessoa, aplique-a a um novo elemento: o espírito de grupo.

É este elemento que deverá ter sempre em consideração. Deste modo não é aconselhável introduzir temas que alterem bruscamente as emoções dominantes ou que apenas possam interessá-lo/a a si, ou a mais uma ou duas pessoas isoladas do restante grupo. Evite impor-se ou falar demasiado de si. Tente compreender a dinâmica do grupo e contribua para a boa disposição geral. Seja honesto/a, não tente mascarar a sua personalidade e haja de um modo natural. Descontraia-se e deixe-se envolver.


Vá aplicando estes exercícios ao seu quotidiano. A mente emocional aprende através de experiências repetidas. No início ser-lhe-á exigido um esforço acrescido, mas com o tempo verá que muitas das competências aqui mencionadas, irão naturalmente tornar-se espontâneas, reflectindo uma personalidade mais agradável e que com certeza lhe trará grandes benefícios à sua vida pessoal, social e ao seu estado de saúde em geral.




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